sexta-feira, 29 de abril de 2011

Ah! minha Dinamene! Assim deixaste

Ah! minha Dinamene! Assim deixaste
Quem não deixara nunca de querer-te!
Ah! Ninfa minha, já não posso ver-te,
Tão asinha esta vida desprezaste!

Como já pera sempre te apartaste
De quem tão longe estava de perder-te?
Puderam estas ondas defender-te
Que não visses quem tanto magoaste?

Nem falar-te somente a dura Morte
Me deixou, que tão cedo o negro manto
Em teus olhos deitado consentiste!

Oh mar! oh céu! oh minha escura sorte!
Que pena sentirei que valha tanto,
Que inda tenha por pouco viver triste?

                        Luís de Camões

O poema transcrito é sobre uma figura feminina que fez parte da vida do poeta, Dinamene. Esta foi a namorada de Camões e segundo algumas fontes conheceram-se em Macau. Camões, no regresso para Portugal, trouxe-a consigo, mas houve um naufrágio, ao qual Dinamene não conseguiu sobreviver.
Neste poema é visível o estado de espirito de Camões, a sua tristeza e a saudade que sente pela sua amada.

Esperamos que comentem com a vossa opinião.